terça-feira, 16 de dezembro de 2014

3ºs anos!

Meus amores, sentirei saudades de vocês!
Que venham as conquistas e realizações!

3ºB

3ºC

3ºD
3ºA

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O próximo tabu a ser quebrado: a morte

POR CAMILA
16/10/14  08:11
Foi o depoimento da atriz Odete Lara que me despertou. Ela dizia que a morte é o próximo tabu a ser quebrado na nossa sociedade, depois do sexo. Tabu ou não, é raro se ver discussões na mídia sobre o tema. Tempos atrás não se escrevia a palavra câncer nos jornais, muito menos orgasmo. Hoje escrevemos e falamos sobre isso com total liberdade e criamos plataformas para esmiuçarmos os mais variados assuntos como maternidade, vegetarianismo, homossexualismo, finanças etc. Foi aí que surgiu a ideia de um blog para tratar de um assunto pouco abordado, mas polêmico e complexo, tão natural quanto estranho: a morte.
Sim, todos nós vamos morrer, um dia. Mas no fundo ainda conto com a possibilidade de que esse dia nunca chegue. Ela que exista, claro, longe de mim. O medo da morte é tema comum nos ensaios filosóficos e psicanalíticos. Há uma linha de raciocínio, defendida pelo antropólogo Ernest Becker (1924-1974) em seu premiado livro “A Negação da Morte”, que afirma que a repressão do medo natural da morte o transforma em pânico, refletindo em paranóias da nossa sociedade, como a necessidade de heroísmo, de sermos especiais, diferenciado dos demais.
O desconforto com a morte também pode estar ligado à busca pela juventude eterna e ao afastamento dos doentes do circuito social para o isolamento do hospital, em contraposição a um costume não mais usual onde os familiares morriam e eram velados dentro de casa.
A sociedade da juventude eterna negaria a morte e tudo relacionado a ela, inclusive as discussões a seu respeito.
Esse é um ponto de vista, mas chama atenção ao colocar a repressão do medo da morte como uma característica ocidental com repercussões negativas. Esse blog vê sua razão de existir em encarar o tema e não reprimi-lo.
Essa me parece uma tendência inevitável. Hoje em dia nos conectamos com o mundo pela internet, lemos notícias e alimentamos um perfil virtual. A geração que viu tudo isso surgir ainda está viva. A vida on-line em algum momento deverá pensar na morte e abordá-la de forma sistemática, sem pudores, já que o perfil on-line não morre naturalmente, mata-se.
Comentei com amigos e familiares sobre o interesse em criar esse blog e as reações confirmaram o título deste post. A morte é um tabu, um tema contagioso e de mau agouro. Aqui, vamos jogar uma luz sobre ela explorando pensamentos nas áreas da filosofia, psicologia, ciência e religião, além de prestar um serviço ao leitor, ao trazer informações úteis a respeito das burocracias, da indústria que gira em torno dessa atividade tão presente e tão repudiada.
Nos esforçamos para viver cada vez mais e tem quem diga ser parte do desejo biológico de aperfeiçoamento humano. Mas não há fuga da realidade indiscutível de que um dia deixaremos de existir. E falar a respeito pode ser tão natural quanto o medo desse destino inevitável.

Texto publicado no blog da Folha Online: Morte Sem Tabu

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Dica de Redação para Vestibular/ENEM


O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,professores-dao-dicas-de-como-fazer-uma-redacao-nota-10-na-fuvest,1568007"O aluno que usa o repertório próprio da leitura sabe trabalhar com comparações, tem argumentos históricos e passa longe do senso comum", diz Andrea Lanzara.

Dicas para fazer uma redação nota 10;

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Democracia de poder absoluto


O trato dos brasileiros com a Política parece remeter ao Leviatã de Hobbes, ou seja, um poder forte, absoluto e necessário de uma figura que não pode ser destituída. Diante de tantos casos de corrupção, não é necessário mudar a postura?

Assuntos relacionados à Política nos levam a um problema muito maior do que propriamente a prática dela no Brasil. Afinal, o problema é cultural, pois o processo histórico no país fez com que a população sempre ficasse à margem das grandes decisões políticas. A apatia política do brasileiro faz com que o cenário de exclusão social, corrupção e falta de infraestrutura cada vez aumente mais. Na verdade, isso só ocorre porque Política nunca foi um assunto público, mas sim algo remoto a poucos intelectuais ou àqueles que se dedicam a ela. Há no imaginário popular, no inconsciente coletivo brasileiro, uma ideia de que Política não é algo do dia a a dia, mas apenas e tão somente algo para ser lembrado de dois em dois anos. A Política não é algo material, algo da realidade popular brasileira, principalmente nos anos que se seguiram à ditadura militar da segunda metade do século XX. Para os brasileiros, o poder obtido por aqueles que são eleitos é algo irrevogável, inalienável. Mesmo que na teoria o país seja uma República democrática, na qual o poder dos representantes dos cargos legislativos e executivos emana do povo, na prática o povo parece ter pouca consciência disso.
Há uma ideia de que o poder é absoluto nas mãos dos governantes. Não à toa, a população acaba por fazer um grande alvoroço em torno do poder executivo, de forma especial, da figura do presidente da República, como se este fosse um salvador, uma pessoa que por simples decreto conseguiria resolver todos os problemas da nação. Se na teoria nosso país é democrático, na prática, na mentalidade da população, somos ainda uma monarquia. Em grande parte, isso acaba por permitir que o poder Legislativo seja encarado como algo sem importância e a eleição desses representantes seja apenas realizada para cumprir um protocolo. Ideias como essas prejudicam muito o desenvolvimento da Política no Brasil. Esse messianismo político presente no imaginário brasileiro impede que se veja a Política de uma forma séria e, mais ainda, impede seu desenvolvimento, sua verdadeira transformação, que levaria à realização desta como ela deveria ser, ou seja, voltada ao bem comum, ao desenvolvimento da nação como um todo, e não um espaço de corrupção, como muitas vezes acaba sendo.


Rodrigo dos Santos Manzano é graduado em Filosofia pela UNIFAI e professor de Filosofia do SESI-SP e da rede pública do Estado de São Paulo 

domingo, 14 de setembro de 2014

O homem; as viagens (Carlos Drummond de Andrade)

O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.
Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.
Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto — é isto?
idem
idem
idem.
O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para tever?
Não-vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.
Restam outros sistemas fora
do solar a colonizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

A teoria do conhecimento na Idade Moderna

Da Antigüidade até o início do Renascimento, embora tenham surgido várias teorias a respeito de como se efetua o conhecimento, não há discordância sobre a possibilidade de o homem conhecer o real. Do ponto de vista epistemológico, esta é a posição realista, em que os objetos correspondem plenamente ao conteúdo da percepção.
O Renascimento, entretanto, vai trazer grandes modificações, dentre as quais vale destacar:
• a separação entre fé e razão, que vai levar ao desenvolvimento do método científico para o estudo das ciências naturais;
• o antropocentrismo, que estabelece a razão humana como fundamento do saber;
• o interesse pelo saber ativo, em oposição ao saber contemplativo, que leva à transformação da natureza e ao desenvolvimento das técnicas.
No rastro dessas mudanças, os pensadores do século XVII abordam a temática do conhecimento de modo inteiramente novo, colocando em questão a própria possibilidade do conhecimento. Não se trata mais de saber qual é o objeto conhecido. Deve-se, agora, indagar sobre o sujeito do conhecimento: quais as possibilidades de engano e acerto? quais os métodos que podemos utilizar para garantir que o conhecimento seja verdadeiro?
As respostas a essas indagações dão origem a duas correntes filosóficas diametralmente opostas, a saber, o racionalismo e o empirismo.
O racionalismo
O principal representante do racionalismo no século XVII é o francês René Descartes, que, descontente com os erros e ilusões dos sentidos, procura o fundamento do verdadeiro conhecimento. Assim, estabelece a dúvida como método de pensamento rigoroso. Duvida de tudo que lhe chega através dos sentidos, duvida de todas as idéias que se apresentam como verdadeiras. À medida que duvida, porém, descobre que mantém a capacidade de pensar. Por essa via, estabelece a primeira verdade que não pode ser colocada em dúvida: se duvido, penso, se penso, existo, embora esse existir não seja físico. Existo enquanto ser pensante (sujeito ou consciência) que é capaz de duvidar. Formula esta descoberta em uma frase muito conhecida: Penso, logo existo.
A partir dessa primeira verdade intuída, isto é, concebida "por um espírito puro e atento, tão fácil e distinta, que nenhuma dúvida resta sobre o que compreendemos", Descartes diferencia dois tipos de idéias: algumas claras e distintas, outras confusas e duvidosas. Propõe, então, que as idéias claras e distintas, que são idéias gerais, não derivam do particular, mas já se encontram no espírito, como instrumentos com que Deus nos dotou para fundamentar a apreensão de outras verdades. Essas são as idéias inatas, que não estão sujeitas a erro e que são o fundamento de toda ciência. Para conhecê-las basta que nos voltemos para nós mesmos, através da reflexão.
Dentre as idéias inatas, encontramos as de um Deus Perfeito e Infinito (substância infinita), da substância pensante e da matéria extensa.
O ponto de partida de Descartes é, pois, o pensamento, abstraindo toda e qualquer relação entre este e a realidade. Como passar, porém, do pensamento para a substância extensa, ou seja, a matéria dos corpos?
Exatamente porque pensamos, podemos pensar a idéia de infinito, ou seja, de Deus, com todos os seus atributos, dentre os quais está a perfeição. Ora, para ser perfeito, Deus deve existir. Da idéia de Deus, passamos a poder afirmar sua existência enquanto ser. Continuando o raciocínio, esse ser perfeito não nos engana e, se nos faz ter idéias sobre o mundo exterior, inclusive sobre nossos corpos, é porque criou esse mesmo mundo exterior e sensível. Assim, a partir de uma idéia inata, podemos deduzir a idéia da existência da matéria dos corpos, ou seja, da substância extensa.
Devemos notar, entretanto, que a razão não afeta nem é afetada pelos objetos. A razão só lida com as representações, isto é, com as imagens mentais, idéias ou conceitos que correspondem aos objetos exteriores.
É neste ponto que se coloca, com maior nitidez, a necessidade do método para garantir que a representação corresponda ao objeto representado. O método deve garantir que:
• as coisas sejam representadas corretamente, sem risco de erro;
• haja controle de todas as etapas das operações intelectuais;
• haja possibilidade de serem feitas deduções que levem ao progresso do conhecimento.
Assim, a questão do método de pensamento toma-se crucial para o conhecimento filosófico a partir do século XVII. O modelo é o ideal matemático, não porque lide com números ou grandezas matemáticas, mas porque, fiel ao sentido grego de ta mathema, visa o conhecimento completo, perfeito e inteiramente racional.
O empirismo
Em reação ao racionalismo cartesiano, principalmente à teoria das idéias inatas, John Locke escreve, em 1690, o Ensaio sobre o entendimento humano, no qual defende que todas as idéias têm origem na experiência sensível. É a partir dos dados da experiência que, por abstração, o entendimento, ou intelecto, produz idéias. A razão humana é vista como uma folha em branco sobre a qual os objetos vão deixar sua impressão sensível que será elaborada, através de certos procedimentos mentais, em idéias particulares e idéias gerais.
Entretanto, o mecanismo íntimo do real ultrapassa os limites de toda experiência possível, isto é, podemos observar os fenômenos, mas não suas causas ou suas relações.
Para Locke, todas as nossas idéias provêm de duas fontes: a sensação e a reflexão, A sensação apreende impressões vindas do mundo externo. A reflexão é o ato pelo qual o espírito conhece suas próprias operações.
As idéias podem ser simples e complexas. As idéias simples são aquelas que se impõem à consciência na experiência sensível e são irredutíveis à análise. Ao correlacionar idéias simples, o espírito constitui as idéias complexas.
David Hume, filósofo escocês, leva mais adiante o empirismo de Locke, afirmando que as relações são exteriores aos seus termos. Explicando, as relações não são observáveis, portanto não estão nos objetos. Elas são modos que a natureza humana tem de passar de um termo a outro, de uma idéia particular a outra. E esses modos são fruto do hábito ou da crença.
Por exemplo, tendo observado a água ferver a 100 graus, podemos dizer que toda água sempre ferve a 100 graus. Ou, vendo o sol nascer todos os dias, assumimos que amanhã também nascerá. O que observamos, no entanto, é uma seqüência de eventos, sem nexo causai. O que nos faz ultrapassar o dado e afirmar mais do que pode ser alcançado pela experiência é o hábito criado através da observação de casos semelhantes, a partir do que imaginamos que este caso se comporte da mesma forma que os outros.
Assim, a única base para as idéias ditas gerais é a crença, que, do ponto de vista do entendimento, faz uma extensão ilegítima do conceito.

(texto retirado do livro Temas de Filosofia, de Maria Lucia Aranha e Maria Helena Pires Martins, Ed Moderna: 1992)

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

GOVERNAR

 Os garotos da rua resolveram brincar de governo, escolheram o presidente e pediram-lhe que governasse para o bem de todos.
- Pois não – aceitou Martim. – Daqui por diante vocês farão meus exercícios escolares e eu assino. Clóvis e mais dois de vocês formarão a minha segurança.
Januário será meu Ministro da Fazenda e pagará o meu lanche.
-Com que dinheiro? – atalhou Januário.
-Cada um de vocês contribuirá com um cruzeiro por dia para a caixinha do governo.
-E que é que nós lucramos com isso? – perguntaram em coro.
-Lucram a certeza de que têm um bom presidente. Eu separo as brigas, distribuo tarefas, trato de igual para igual com os professores. Vocês obedecem, democraticamente.
-Assim não vale. O presidente deve ser nosso servidor, ou pelo menos saber que todos somos iguais a ele. Queremos vantagens.
-Eu sou o presidente e não posso ser igual a vocês, que são presididos. Se exigirem coisas de mim, serão multados e perderão o direito de participar da minha comitiva nas festas. Pensam que ser presidente é moleza? Já estou sentindo como esse cargo é cheio de espinhos.
Foi deposto, e dissolvida a República.


 Carlos Drummond de Andrade. Contos Plausíveis. Rio de Janeiro. Record, 1994.

terça-feira, 29 de julho de 2014

O Analfabeto político

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos
acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões
políticas.
O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e estufa o peito 
dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que 
da sua ignorância 
política nasce a prostituta, o menor 
abandonado, e o pior de todos os bandidos 
que é o político vigarista, pilantra, o corrupto 
e lacaio dos exploradores do povo.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Resposta e Resolução do Desafio Lógico - O brinco da Princesa

“Há não muito tempo atrás, num país distante, havia um velho rei que tinha três filhas, inteligentíssimas e de indescritível beleza, chamadas Guilhermina, Genoveva e Griselda.
Sentindo-se perto de partir dessa para a melhor, e sem saber qual das filhas designar como sua sucessora, o velho rei resolveu submetê-las a um teste.
A vencedora não apenas seria a nova soberana, como ainda receberia a senha da conta secreta do rei (num banco suíço), além de um fim de semana na Disneylândia.
Chamando as filhas à sua presença, o rei mostrou-lhe cinco pares de brincos, idênticos em tudo com exceção das pedras neles engastadas: três eram de esmeralda, dois de rubi.
O rei vendou então os olhos das moças e, escolhendo, ao acaso, colocou em cada uma elas um par de brincos.

O teste consistia no seguinte: aquela que pudesse dizer, sem sombra de dúvida, qual tipo de pedra que havia em seus brincos herdaria o reino (e a conta na Suíça etc).
A primeira que desejou tentar foi Guilhermina, de quem foi removida a venda dos olhos.
Guilhermina examinou os brincos de suas irmãs, mas não foi capaz de dizer que tipo de pedra estava nos seus (e retirou-se furiosa).
A segunda que desejou tentar foi Genoveva. Contudo, após examinar os brincos de Griselda, Genoveva se deu por conta de que também não sabia determinar se seus brincos eram de esmeralda ou de rubi e, da mesma forma furiosa que sua irmã, saiu batendo a porta.
Quanto a Griselda, antes mesmo que o rei tirasse-lhe a venda dos olhos, anunciou corretamente, em alto e bom som, o tipo de pedra de seus brincos dizendo ainda o porquê de sua afirmação.
Assim, ela herdou o reino, a conta na Suíça e, na viagem à Disneylândia, conheceu um jovem cirurgião plástico, com quem se casou e foi feliz para sempre”[1].
Vejamos se você consegue resolver esse problema:
Qual era a pedra dos brincos de Griselda? Como Griselda descobriu isso?

Resposta: Os brincos são de esmeraldas. 

Mas agora vamos ver como ela descobriu!
Bom, a primeira parte do exercício é o que propriamente chamaremos raciocínio. Você terá caminhos distintos para chegar a resposta correta. É importante observar que não há apenas uma única via de raciocínio, para qualquer problema que se tenha diante de si. Será que você pensou em algo parecido com o caminho que irei indicar a seguir?

Dado 1
São três filhas
Dado 2
São 5 pares de brincos: 3 de esmeraldas e 2 de rubis


(De 1 e 2)
Guilhermina
Genoveva
Griselda
C1
Esmeralda
Esmeralda
esmeralda
C2
Esmeralda
Esmeralda
Rubi
C3
esmeralda
Rubi
Rubi
C4
esmeralda
Rubi
esmeralda
C5
rubi
Rubi
esmeralda
C6
rubi
Esmeralda
esmeralda
C7
rubi
Esmeralda
Rubi

Depois de organizar as informações disponíveis e distribuir as possíveis combinações de filhas e brincos, você pode ter formulado a seguinte questão?
1-    Qual seria a única chance de Guilhermina, a primeira filha, ao tirar a venda dos olhos, poder dizer com certeza qual tipo de pedra tinha nos brincos?
E você então observa que a única chance de Guilhermina ser a vencedora está em C3; Uma vez que no enunciado afirma-se que ela não foi capaz de dizer de que tipo era a pedra de seus brincos, sabemos que C3 não era o caso e podemos eliminá-lo;

(De 1 e 2)
Guilhermina
Genoveva
Griselda
C1
esmeralda
Esmeralda
Esmeralda
C2
esmeralda
Esmeralda
Rubi
C3
esmeralda
Rubi
Rubi
C4
esmeralda
Rubi
Esmeralda
C5
Rubi
Rubi
Esmeralda
C6
Rubi
Esmeralda
Esmeralda
C7
Rubi
Esmeralda
Rubi

2-    Continuamos nosso raciocínio: a próxima filha a tirar a venda dos olhos é Genoveva. Devemos repetir a questão anterior: Qual seria a única chance de Genoveva, a segunda filha, ao tirar a venda dos olhos, poder dizer com certeza qual tipo de pedra tinha nos brincos?
Ao observar o quadro acima você responderá que em C2 e em C7 estão expostas as chances de Genoveva saber qual era a pedra de seu brinco, pois era necessário que Griselda estivesse usando um Rubi. Mas, como já sabemos, ela não foi capaz de afirmar com certeza qual pedra usava. Sendo assim, podemos também eliminar C2 e C7.

(De 1 e 2)
Guilhermina
Genoveva
Griselda
C1
Esmeralda
Esmeralda
Esmeralda
C2
Esmeralda
Esmeralda
Rubi
C3
Esmeralda
Rubi
Rubi
C4
esmeralda
Rubi
Esmeralda
C5
Rubi
Rubi
Esmeralda
C6
Rubi
Esmeralda
Esmeralda
C7
Rubi
Esmeralda
Rubi

O que nos deixa com a resposta de que os brincos de Griselda eram de esmeralda.
Vejamos agora a segunda parte do exercício. Como Griselda justificou para o pai a sua resposta.
(De 1 e 2)
Guilhermina
Genoveva
Griselda
C1
esmeralda
esmeralda
Esmeralda
C2
esmeralda
esmeralda
Rubi
eliminado por b
C3
esmeralda
Rubi
Rubi
eleminado por a
C4
esmeralda
Rubi
Esmeralda
C5
Rubi
Rubi
Esmeralda
C6
Rubi
esmeralda
Esmeralda
C7
Rubi
esmeralda
Rubi
elimnado por b
a- Se Guilhermina, ao tirar a venda tivesse visto que eu e Genoveva usávamos, ambas, brincos de Rubi,
ela saberia que o seu brinco necessariamente seria de esmeralda.
Guilhermina não soube dizer com certeza qual era o seu brinco,
logo, Genoveva e eu não estávamos ambas usando rubi
b-Se Genoveva e eu não usávamos ambas Rubi, Guilhermina deve ter visto que ambas usávamos esmeralda
 ou uma de nós usava Rubi e a outra esmeralda;
Se Genoveva ao tirar a venda tivesse visto que eu estava usando brincos de Rubi, ela poderia afirmar
com certeza que o seu brinco era de esmeralda;
Genoveva não pode dizer com certeza qual era o seu brinco,
logo, eu não estava usando brincos de rubi
c- Sendo assim, só posso dizer que estou usando brincos de esmeralda.

O que temos acima não é um raciocínio ou um processo mental, mas uma tentativa de reconstrução racional daquele processo, construído a partir de uma série de frases ou sentenças que são dadas como razões ou justificativas para que a conclusão a que chegamos seja aceita. Ao falar de justificativas entramos no campo dos argumentos. Certamente, os argumentos acima poderiam ter sido formulados por Griselda a partir do que se sucedeu com as tentativas de suas irmãs de descobrirem qual era a pedra dos brincos que usavam. Não bastava dizer ao pai: ‘os meus brincos são de esmeralda’. O rei queria saber por que ela afirmava que seus brincos eram de esmeralda. E a justificativa de Griselda poderia ter sido formulada como apresentamos acima. 
Resolução



[1]Exemplo retirado de Mortari, C. A., Introdução à lógica, 6ª ed, São Paulo:editora Unesp, 2001, p.2-3.