Imagens e vídeo selecionados por Rafael Cavalcanti
Estamos cansados de ouvir e repetir que ‘o ser
humano é um animal racional’. Mas o
que exatamente isso significa? O que entendemos por ser racional? Em que medida ser racional pode ser considerado como
uma propriedade distintiva do ser
humano em relação aos outros animais?
Justamente o fato de fazermos esses questionamentos
já nos coloca numa posição bastante diferenciada perante os demais animais. Se
fazemos tais perguntas isso revela que somos seres conscientes de nossa existência e, mais do que isso, conscientes de
uma série de implicações que decorrem do fato de existirmos. Por exemplo,
conscientes de que nossas ações podem
e, na maioria das vezes, de fato, interferem
na vida das outras pessoas com as quais compartilhamos o Planeta Terra.
Como seres racionais nós estabelecemos com o mundo e com os demais seres com os
quais vivemos relações de tipos diferentes: cognitiva (nós buscamos conhecimento: fazemos ciência, filosofia,
dominamos técnicas, criamos explicações para fenômenos naturais e humanos), criativa (artística - fazemos música,
poesia, filmes-, lúdica - brincamos, jogamos, fazemos piadas;) e também valorativa (atribuímos valores as coisas que nos cercam:
beleza/feiúra, certo/errado, bom/mau, gostoso/ruim).
A Filosofia,
enquanto uma disciplina ou área de conhecimento humano, dedica-se em grande
parte a estudar essas relações que nós, seres humanos, estabelecemos como o mundo
e com os demais seres que habitam o mundo. Os filósofos costumam formular
questões como aquelas apresentadas no primeiro parágrafo desse texto e muitas
outras como: Será que nós podemos ter conhecimento sobre o mundo? Como nós
conhecemos? O que é a verdade? O que é o belo? O que é justiça? O que significa
ser livre? O que entendemos por liberdade? De acordo com o aspecto da vida
humana que é observado e questionado temos áreas diferentes da filosofia como Estética, Filosofia da Ciência, Teoria do
Conhecimento ou Epistemologia, Política e Ética e outras tantas às quais os
filósofos se dedicam.
Quando falamos de moral e de ética nós
estamos no campo das ações humanas e
de tudo que diz respeito a elas. E por que só as ações humanas pertencem à
discussão relativa à ética e moral? O pressuposto que nos leva a essa equação é
simples: uma ação pode ser avaliada do ponto de vista moral quando o sujeito ou agente age de maneira (i) consciente
e (ii) livre.
Mas, o que vem a ser Moral e Ética? Certamente
você já encontrou essas palavras e outras da mesma família como imoral ou antiético no seu dia a dia.
Certamente também você já enfrentou algum tipo de dilema moral. Quer ver alguns exemplos de dilemas morais?:
I) Alguns alunos da escola resolvem quebrar um hidrante no corredor.
Você não tomou parte da ação, mas todos os seus amigos estavam lá. Você
presenciou a cena. Alguém viu você saindo do lugar e o aponta como responsável
pela ação. Quando interrogado pela direção, você diz que não fez nada e então,
a direção pergunta quem foi, uma vez que você estava lá. O que você faz?
II) Você presencia um acidente. Um motorista atropela um ciclista.
Você vê que o motorista estava errado, afinal ele estava na contramão. Quando
se aproxima da cena, você descobre que o motorista é o pai do seu melhor amigo.
Como testemunha do acidente, você dirá que o pai do seu melhor amigo estava
errado?
Quando estamos em
situações como essas descritas acima, nós nos perguntamos qual a coisa certa a fazer. Esse
questionamento nos coloca no campo da moral.
Nessas situações há valores e princípios que são avaliados a fim de decidir como agir. Pensamos em como a
maioria das pessoas agiriam se estivessem naquela situação, nos perguntamos por
que deveríamos agir como a maioria ou se há motivos para tomar uma decisão
diferente. É comum nessas situações nos perguntarmos se, ao escolher fazer X ou
Y, se estaremos sendo justos ou injustos. Normalmente nossas ações
refletem costumes e hábitos próprios de um grupo ou
sociedade e que são aceitos pelos integrantes desse grupo ou sociedade, como um
padrão a ser seguido.
Você pode estar se perguntando agora se ética é a mesma coisa que moral. E se você desconfia que, embora
elas tenham fortes relações, elas não sejam a mesma coisa, deve estar curioso
para saber qual a diferença entre elas. De uma maneira simples e introdutória,
podemos dizer que enquanto a moral pode
ser definida como conjunto de normas que
orientam o comportamento humano, a ética
diz respeito, mais especificamente, a uma reflexão filosófica acerca daquelas normas morais. A ética num sentido mais especializado e
restrito investiga o que é a moral, como ela se fundamenta e se aplica e,
portanto, ela estuda os diversos
sistemas morais que possam existir.
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