Para fazer uma revisão com os alunos dos 3ºs anos, resolvi inventar um jogo: O jogo dos Filósofos.
A ideia é fazer com que os alunos associem informações sobre período da história da Filosofia, citações, títulos de obras e conceitos com os nomes dos filósofos.
Em sala o resultado foi legal. Os alunos aprovaram a ideia.
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
Das coisas boas de ser professor
E de todos os dias da semana, quinta-feira era pra ela o seu preferido
O seu rosto transbordava de felicidade ao tocar o despertador, e ela
O seu rosto transbordava de felicidade ao tocar o despertador, e ela
que sempre brigava com o relógio só pra ficar mais alguns instantes na cama,
nesse dia se apressava até demais, e torcia para que a perua não se atrasasse,
pois sabia que se isso acontecesse a diretora da escola não deixaria ela entrar.
O coração dela disparava a cada aula que passava, e chegou até discordar
do Aristóteles, que a felicidade era um conjunto de tudo, pra ela a felicidade
tinha apenas um nome: Filosofia.
50 minutos em uma aula era muito pouco pra ela, ela queria que as aulas
50 minutos em uma aula era muito pouco pra ela, ela queria que as aulas
demorassem o tempo que demora pra ser atendido em uma fila de banco,
justamente no dia em que você está mais atrasado, mas era só na aula de
filosofia. Pois sua professora ensinava a filosofia pra ela com a alma, e foi aí
que ela passou a concordar com Aristóteles, afinal a filosofia não seria tão boa,
se sua professora não fosse tão dedicada. Ela aprendeu que o equilíbrio era
essencial para uma vida virtuosa, mas se tornava difícil entender isso, quando
o assunto era filosofia, ela a amava demais.
Texto de Camila Ferreira - aluna do 2ºC da E.E.Dom João Nery
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
Candidatos já podem consultar locais de prova do Enem 2016
Os candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016 já podem consultar o local onde farão as provas, marcadas para os dias 5 e 6 de novembro. O acesso ao cartão de confirmação de inscrição foi liberado hoje (19), às 15h, e está disponível pela internet e também no aplicativo do Enem, nas plataformas Android, iOS e Windows Phone.
Para evitar os já famosos atrasos, a recomendação é que os candidatos façam o caminho de casa até o local de prova antes da data do exame para conhecer o trajeto e evitar imprevistos. No dia da prova, a orientação é chegar com antecedência ao local – os portões abrem uma hora antes do início do exame.
Saiba Mais
O cartão de confirmação, além do local, data e horário de prova, traz o número de inscrição do estudante, a opção de língua estrangeira e, quando for o caso, a indicação de atendimento especializado e específico e a solicitação de certificação do ensino médio.
Para obter o cartão, o participante deve acessar o site do Enem na área destinada ao participante. É preciso informar CPF e senha.
Enem 2016
Mais de 8,6 milhões de candidatos se inscreveram no Enem neste ano. Nos dois dias de prova, os portões serão abertos às 12h e fechados às 13h, no horário de Brasília. Os estudantes devem ficar atentos ao horário de verão e verificar na localidade onde moram o horário exato do exame. As provas começam a ser aplicadas às 13h30.
No primeiro dia, serão realizadas as provas de ciências humanas e de ciências da natureza, com duração de quatro horas e meia. No segundo dia, os participantes terão cinco horas e meia para resolver questões de linguagens e códigos, redação e matemática.
A nota do Enem é usada na seleção para vagas em instituições públicas, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu); bolsas na educação superior privada, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni); além de ser requisito para receber o benefício do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Para pessoas maiores de 18 anos, o Enem pode ser usado como certificação do ensino médio.
Edição: Luana Lourenço
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-10/local-de-prova-do-enem-ja-esta-disponivel
segunda-feira, 16 de maio de 2016
Mudanças na lista de livros da USP
Pessoal,
quem pretender prestar o vestibular da USP, atenção para as mudanças na lista de livros.
Leiam na íntegra reportagem da Folha Online sobre alterações.
Abaixo notícia que saiu no UOL sobre listas de livros da Fuvest
quem pretender prestar o vestibular da USP, atenção para as mudanças na lista de livros.
Leiam na íntegra reportagem da Folha Online sobre alterações.
Abaixo notícia que saiu no UOL sobre listas de livros da Fuvest
A Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) que seleciona alunos para a USP (Universidade de São Paulo) acaba de divulgar a nova lista de livros obrigatórios para as seleções de 2017, 2018 e 2019. A Fuvest tem mudado a lista a cada três anos.
Confira a lista para os vestibular 2017:
- Iracema - José de Alencar;
- Memórias póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis;
- O cortiço - Aluísio Azevedo;
- A cidade e as serras - Eça de Queirós;
- Capitães da Areia - Jorge Amado;
- Vidas secas - Graciliano Ramos;
- Claro enigma - Carlos Drummond de Andrade;
- Sagarana - João Guimarães Rosa;
- Mayombe - Pepetela
Para o vestibular 2018, sai a obra "Capitães da Areia", de Jorge Amado, e entra "Minha vida de menina", de Helena Morley. Veja a lista:
- Iracema - José de Alencar;
- Memórias póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis;
- O cortiço - Aluísio Azevedo;
- A cidade e as serras - Eça de Queirós;
- Minha vida de menina - Helena Morley;
- Vidas secas - Graciliano Ramos;
- Claro enigma - Carlos Drummond de Andrade;
- Sagarana - João Guimarães Rosa;
- Mayombe - Pepetela
Já no processo seletivo de 2019, a Fuvest mudou a obra de Eça de Queirós: sai "A cidade e as serras" e entra "A relíquia". Os demais livros são mantidos. Confira a lista completa:
- Iracema - José de Alencar;
- Memórias póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis;
- O cortiço - Aluísio Azevedo;
- A relíquia - Eça de Queirós;
- Minha vida de menina - Helena Morley;
- Vidas secas - Graciliano Ramos;
- Claro enigma - Carlos Drummond de Andrade;
- Sagarana - João Guimarães Rosa;
- Mayombe - Pepetela
Autor angolano
Praticamente todos os títulos da lista são de consagrados autores da literatura brasileira ou portuguesa -- ou seja, fazem parte do conteúdo esperado para o ensino médio. A surpresa deste ano é a inclusão de uma obra do angolano Pepetela (Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos), que foi guerrilheiro do MPLA, político e governante.
Seu livro Mayombe é "uma narrativa que mergulha fundo na organização dos combatentes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), trazendo à tona as suas dúvidas, contradições, medos e convicções", segundo sua descrição no site da Leya, que o edita no Brasil.
Mudanças neste processo seletivo
Em relação à lista anterior (que vigorou nos últimos três anos) foram mantidas para o processo seletivo de 2017 as seguintes obras: Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis; O cortiço, de Aluísio Azevedo; A cidade e as serras, de Eça de Queirós; Vidas secas, de Graciliano Ramos e Capitães da areia, de Jorge Amado.
Os livros que entraram na lista de 2017 foram: Iracema, de José de Alencar; Claro enigma, de Carlos Drummond de Andrade; Sagarana, de João Guimarães Rosa e Mayombe, de Pepetela.
Os título que saíram foram: Viagens na minha terra, de Almeida Garrett; Til, de José de Alencar; Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida e Sentimento do mundo, de Carlos Drummond de Andrade.
terça-feira, 10 de maio de 2016
Exemplo de Resenha Crítica
Efeito Borboleta
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Uma grande brincadeira com viagens no tempo garantem a diversão nessa salada de gêneros. |
De um modo geral, Efeito Borboleta pode ser visto como mais um filme sobre escolhas. Apesar disso, ele não é um filme qualquer do gênero, pois apresenta boas idéias, até que bem trabalhadas, mas pelo roteiro querer ser "moderninho" demais, provocar lágrimas, acaba por ter uma conclusão bastante insatisfatória. É aquele sentimento chato de ver o final perfeito para o filme passando ali na tela, mas perceber que ele se alongou desnecessariamente, para tentar agradar uma fatia maior do público. Não, o filme não é ruim. Tem suas falhas, mas em vários momentos consegue divertir.
A história começa com Evan adolescente (Ashton Kutcher) entrando desesperadamente em uma sala, colocando móveis na frente da porta e escrevendo uma carta bem tensa sobre o seu possível fim. Sabendo que o filme é do mesmo pessoal de Premonição, pode ser que fiquemos com uma impressão errada sobre ele. Logo depois a história volta alguns anos, mais precisamente para quando Evan tinha apenas sete anos de idade. Por alguns bons minutos, o filme desenvolve os personagens em várias ótimas situações, que devem ser vistas com atenção, já que o filme revisa esses acontecimentos mais para a frente. É exatamente aquele tipo de filme que você não entende nada por um tempo para depois juntar todas as peças do quebra-cabeças.
Nesse tempo de desenvolvimento, acabamos conhecendo uma característica bem peculiar de Evan: sua falta de memória. Parece que a mente do rapaz simplesmente deleta alguns momentos de sua vida, e isso é MUITO bem representado no filme. Isso porque conseguimos sentir exatamente o que uma pessoa na mesma situação sentiria. É usado um recurso de montagem genial. Tente imaginar a cena para entender melhor: você está vendo o filme, normal, e o diretor opta, em certo momento importante do filme, por usar a câmera em subjetiva, ou seja, com a gente vendo exatamente a mesma coisa que o personagem vê (a câmera funciona como seus olhos). Só que, do nada, há um corte brusco e logo depois já há o resultado de alguma coisa que aconteceu e não sabemos o quê – exatamente a mesma situação pela qual passa o personagem. Por exemplo: em certo momento vemos Evan conversando com seu pai na cadeia e, após esse corte brusco, já temos o pai em cima dele, enforcando-o.
A primeira vez que vi esse tipo de montagem tomei um susto. Mas um susto real, não daqueles artificiais que os diretores costumam usar, somente fazendo aparecer algo na tela e o som aumentando cavalarmente só para assustar. Aqui o recurso é o mesmo, mas justificado pela condição do personagem, o que foi uma solução muito criativa por parte do filme. Esse recurso também é usado quando Evan é retratado um pouco mais velho, com treze anos. Novamente o filme constrói diversas situações que serão revistas posteriormente, então é bom quem quer que for assistí-lo ficar atento a essas passagens para depois não ficar perdido. É uma pena que, quando Ashton Kutcher entre em cena, esse recurso seja deixado de lado, pois o personagem passa justamente a lembrar o que aconteceu nesses períodos onde sua memória aparentemente não registrava o que estava acontecendo.
Em uma dessas lembranças, Evan acaba percebendo um grande potencial: manipular o tempo através desses espaços guardados em sua memória. Justamente quando essa manipulação temporal acontece pela primeira vez no filme é que tudo começa a embolar. A cada vez que Evan volta ao passado e altera alguma ação que ele não se lembrava que havia feito, todo o futuro muda. O problema é que a cada vez que ele altera esse passado, parece que alguma coisa ruim acontece, nunca ficando da maneira ideal para seguir a vida. Com isso, o filme deixa todo o suspense criado pelo início do filme para um embaralhamento de gêneros que causa uma mistura na história: você terá drama, suspense, romance. Isso acabou tirando um pouco a identidade da produção, que acaba sendo reconhecida como uma ficção científica, um gênero muito forte para Efeito Borboleta ser enquadrado, sinceramente.
Toda vez que há a alteração no passado e a correção no futuro, o filme peca por cair nos mesmos clichês de sempre ao retratar o mundo à volta de Evan, com algumas forçadas na barra em algumas histórias para nunca estar perfeito o mundo que ele tentou consertar (é importante dizer também que toda vez que ele volta, algo de ruim acontece). E por esses clichês não combinarem com a proposta do filme de brincar com o tempo, tudo quase se perde em meio à pretensão de seus criadores. Há ainda alguns furos enormes na história, como por exemplo Evan voltar para uma época, quando ele tinha sete anos de idade, e depois, não satisfeito com o resultado, voltar para uma de treze. Não se esqueçam que, ao voltar para a de sete, aquele momento de treze anos não havia mais acontecido, havia sido modificado. Ignorando esse fator, é muito divertido ligar tudo o que está acontecendo e ver que o filme foi bem amarradinho, é exatamente aí que a diversão do filme se encontra (apesar de que, é dito que ele não esquece dos acontecimentos).
Agora, quem rouba a cena são as crianças. Creio que tenham sido as melhores interpretações que eu vi em muito tempo, realmente convincentes, melhores até que seus respectivos personagens em versão mais velha! O moleque que fez Tommy com treze anos – Jesse James – tem uma participação extremamente marcante, com pelo menos uma cena inesquecível, bem convincente e assustadora: a do cinema, onde ele briga com um rapaz bem mais velho. Nessa cena destaco a pequena referência aDebi & Lóide e Seven, dois filmes também da New Line que ambientam um pouco a história em nosso tempo real. Pelo menos Ashton Kutcher está menos pior do que de costume e quase que não faz nada de errado durante sua participação. Ele encarou um papel um pouco diferente do que está acostumado, com mais tensão dramática e sem aquelas caretas idiotas que ele costuma fazer em seus filmes de comédia (como Doze é Demais e Recém-Casados). Ele vai levando o filme na boa, mas quando é exigido em uma interpretação um pouco mais dramática, deixa a desejar. Dá para entender o porquê de Cameron Crowe o dispensar de seu novo filme e mandá-lo ter aulas de interpretação. Evan acabou mesmo caindo como um presente para ele, já que Joshua Jackson (o Pacey de Dawson’s Creek) e Seann William Scott já haviam sido chamados para o papel, porém recusaram, além do fato de ser Efeito Borboleta um filme diferente do que ele estava acostumado a participar, melhorando assim seu currículo como ator.
Não poderia deixar de comentar a belíssima música composta pela minha banda favorita de todos os tempos: ‘Stop Crying Your Heart Out’, do Oasis, que toca do fim do filme até metade dos créditos finais. Ela realmente se encaixou muito bem à situação e, "fãamente" falando, foi inesquecível ouví-la em um cinema praticamente só para mim e nas alturas. Só esse fato já havia valido o ingresso. Aliás, é importante dar um destaque para toda a parte sonora de Efeito Borboleta, pois a trilha foi muito bem escolhida e funciona bem sempre que é exigida.
Se Efeito Borboleta tivesse terminado quando o filme retorna justamente para onde começou, teria sido muito melhor. Agora o prolongamento de seu final quase pôs tudo a perder, pois um monte de perguntas vêm à mente ao final do filme, como por exemplo “por que AQUELA ação deu final ao ciclo de acontecimentos ruins? Por que tinha que ser EXATAMENTE aquilo que alterava toda a vida daquelas pessoas ao redor?”. Justamente por causa dos diretores terem feito essa opção, o filme acaba ficando com cara de forçado, afinal, essa opção não poderia mover o filme inteiro e também a vida de todas aquelas pessoas envolvidas ao redor. Mais uma vez, se você ignorar essas forçadas e os pequenos erros de lógica, você vai conseguir tirar algo de bom de Efeito Borboleta, mesmo que ele não mude sua vida em nada. Não vai ser um dinheiro jogado fora, e hoje em dia isso já é um grande lucro.
Fonte: cineplayer
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História da Filosofia
Uma das maneiras de se aproximar da Filosofia é através de sua história. Para facilitar essa aproximação, tradicionalmente, adota-se uma divisão da Filosofia em períodos, mais ou menos equivalentes aos períodos históricos, ou seja, Antiguidade, Idade Média, Moderna e Contemporânea. Desse modo, falamos da Filosofia Antiga, Filosofia Medieval, Filosofia Moderna e Filosofia Contemporânea, sendo que em cada um desses períodos encontramos certos problemas ou formas de abordar os problemas filosóficos que são, em maior ou menor grau, compartilhados pelos filósofos de cada época.
Vejamos a seguir algumas características de cada período e também os principais filósofos que pertencem a cada um deles.
Filosofia Antiga
Trata-se do início da Filosofia, da formulação de seus primeiros problemas. A Filosofia Antiga abrange um período que vai do século VII a.C até século V d.C. De maneira geral, podemos dizer o pensamento filosófico desse período está ligado às cidades-Estados da Grécia e também à várias cidades do Império Romano, sendo que os escritos da época foram produzidos em grego e latim. Muitos textos dos pensadores desse período acabaram se perdendo, restando-nos apenas alguns livros e fragmentos.
A Filosofia Antiga pode ser subdivida em quatro períodos:
A Filosofia Antiga pode ser subdivida em quatro períodos:
- Surgimento da Filosofia ou Pré-Socráticos - séculos VII - V a. C.
Teve inicio nas colônias gregas da Ásia Menor (atualmente península da Anatólia, na Turquia). Os filósofos dessa época são chamados pré-socráticos por serem anteriores a Sócrates. Já na Antiguidade, Tales de Mileto foi apontado por Aristóteles como o primeiro filósofo, devido a maneira que trata as questões relativas ao conhecimento da natureza e à causalidade. Tales é considerado o criador da primeira escola filosófica, a escola de Mileto, que tem como discípulos Anaximandro e Anaxímenes.
Outros nomes de destaque desse períodos são: Pitágoras de Samo, que fundou a escola Pitagórica; Heráclito de Éfeso, Parmênides de Elei; Zenão de Eleia, Demócrito de Abdera, Anaxágoras de Clazômeno e Empédocles de Agrigento.
Todos esses filósofos foram animados pela busca da arché ou princípio racional que pudesse explicar os fenômenos observados na natureza.
-Período Clássico - século V a.C ao final do século IV a.C.
Com o declínio da monarquia tradicional na Grécia e o surgimento da democracia, abre-se um novo espaço para o pensamento filosófico e político. Atenas, a principal cidade-Estado (pólis) da época, será o grande centro filosófico e cultural desse período.
Os nomes de destaque desse período são: Sócrates e os Sofistas (os mais importantes, Górgias e Protágoras); Platão, discípulo de Sócrates e fundador da Academia; Aristóteles, discípulo de Platão e criador do Liceu.
Esse período é marcado pelas discussões ética e políticas, principalmente introduzidas por Sócrates e pelos Sofistas e também pelas questões relacionadas a busca do conhecimento verdadeiro, a ciência.
-Helenismo - séculos IV a.c a I d.C.
Período relativo ao desenvolvimento das escolas fundadas após o fim da pólis grega e à difusão da cultura Grega pleo Oriente Médio depois das conquistas de Alexandre o Grande. Tem destaque o pensamento de Epicuro, dos Estóicos e do ceticismo pirrônico.
- Antiguidade tardia - séculos I a V.
Esse período está centrado em Roma e Alexandria. Destaca-se o surgimento da filosofia (teologia) cristã, influenciada pelo platonismo. Os principais nomes da época são: Sêneca, Marco Aurélio, Lucrécio, Plotino e Porfírio.
Filosofia Medieval
A Filosofia Medieval desenvolveu-se no período que vai do século VIII ao século XIV, principalmente, nos Mosteiros e ordens religiosas europeias, onde a Igreja Católica tinha hegemonia, mas também teve espaço fora do mundo cristão, em especial no mundo árabe e judeu.
As principais questões tratadas nesse período estão relacionadas à discussão sobre a relação entre fé e razão, ou seja, a tentativa de separar o que pertenceria a Deus (teologia) e o que pertenceria aos homens.
Os principais filósofos da época são Agostinho, estudioso de Platão e responsável por difundir o pensamento desse filósofo na Idade Média; Tomás de Aquino, grande estudioso de Aristóteles, assim como Duns Scott e Guilherme de Ockham.
Filosofia Moderna
Iniciada no século XIV, a Filosofia Moderna se estende até o final do século XVIII. (É comum encontrarmos subdivisões desse período - Renascimento ( século XIV- XVI); Filosofia Moderna (século XVI até primeira metade do XVIII) e Iluminismo (segunda metade século XVIII)).
Nessa época, a Europa foi palco do desenvolvimento do capitalismo, da formação dos Estados nacionais, das grandes navegações e dos processos de colonização e formação dos impérios. A Igreja Católica perdeu hegemonia para o protestantismo e para as ideias que incentivaram a liberdade do homem em relação à religião. Tendo destaque, no campo da filosofia, as discussões acerca da racionalidade e liberdade do homem, as mudanças na política e a esperança nas ciências empíricas. Esse período assistiu grande avanço das ciências da natureza, principalmente da física, sendo muitas vezes apontado como o período de nascimento da ciência moderna.
Os principais nomes desse período são: no campo da política: o italiano Nicolau Maquiavel, o inglês Thomas Morus e o francês Michel de Montaigne; no campo da ciência, destancam-se: René Descartes, Baruch Spinoza e Leibniz (racionalistas) e Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Locke, George Berkeley e David Hume (empiristas). Além desses, destacam-se também os chamados Iluministas, Jean-Jacques Rousseau, Immanuel Kant e Voltaire.
Filosofia Contemporânea
A Filosofia Contemporânea estende-se do século XIX até os nossos dias. Em termos gerais, podemos apontar a Revolução Francesa e a Revolução Industrial como inspiradoras das principais questões tratadas pelas diversas correntes filosóficas desse período. Esse período é marcado pelo progresso técnico e científico é também caracterizado por desigualdades e pela crescente desumanização, principalmente pela exploração do trabalho humano. Tal contradição está na origem das principais questões filosóficas dessa época, representadas pelo pessimismo de Schopenhauer e Nietzsche; pela crítica da escola de Frankfurt à tradição racionalista moderna; pelo existencialismo de Sartre. Também ganharam destaque no século XX questões relacionadas a linguagem, desenvolvidas por filósofos como Russel e Wittgenstein e Habermas.
Fontes Consultadas:
Marcondes, Danilo. Filosofia: o que é? para que serve?, Zahar, 2001.
Caderno do professor, Volume 1, 1ª série do EM, Secretaria de Educação São Paulo.
Cotrim, Gilberto e Fernandes, Mirna. Fundamentos de Filosofia, Saraiva, 2010.
Dicas de sites para mais informações:
Uma breve história da Filosofia
História da Filosofia
Teve inicio nas colônias gregas da Ásia Menor (atualmente península da Anatólia, na Turquia). Os filósofos dessa época são chamados pré-socráticos por serem anteriores a Sócrates. Já na Antiguidade, Tales de Mileto foi apontado por Aristóteles como o primeiro filósofo, devido a maneira que trata as questões relativas ao conhecimento da natureza e à causalidade. Tales é considerado o criador da primeira escola filosófica, a escola de Mileto, que tem como discípulos Anaximandro e Anaxímenes.
Outros nomes de destaque desse períodos são: Pitágoras de Samo, que fundou a escola Pitagórica; Heráclito de Éfeso, Parmênides de Elei; Zenão de Eleia, Demócrito de Abdera, Anaxágoras de Clazômeno e Empédocles de Agrigento.
Todos esses filósofos foram animados pela busca da arché ou princípio racional que pudesse explicar os fenômenos observados na natureza.
-Período Clássico - século V a.C ao final do século IV a.C.
Com o declínio da monarquia tradicional na Grécia e o surgimento da democracia, abre-se um novo espaço para o pensamento filosófico e político. Atenas, a principal cidade-Estado (pólis) da época, será o grande centro filosófico e cultural desse período.
Os nomes de destaque desse período são: Sócrates e os Sofistas (os mais importantes, Górgias e Protágoras); Platão, discípulo de Sócrates e fundador da Academia; Aristóteles, discípulo de Platão e criador do Liceu.
Esse período é marcado pelas discussões ética e políticas, principalmente introduzidas por Sócrates e pelos Sofistas e também pelas questões relacionadas a busca do conhecimento verdadeiro, a ciência.
-Helenismo - séculos IV a.c a I d.C.
Período relativo ao desenvolvimento das escolas fundadas após o fim da pólis grega e à difusão da cultura Grega pleo Oriente Médio depois das conquistas de Alexandre o Grande. Tem destaque o pensamento de Epicuro, dos Estóicos e do ceticismo pirrônico.
- Antiguidade tardia - séculos I a V.
Esse período está centrado em Roma e Alexandria. Destaca-se o surgimento da filosofia (teologia) cristã, influenciada pelo platonismo. Os principais nomes da época são: Sêneca, Marco Aurélio, Lucrécio, Plotino e Porfírio.
Filosofia Medieval
A Filosofia Medieval desenvolveu-se no período que vai do século VIII ao século XIV, principalmente, nos Mosteiros e ordens religiosas europeias, onde a Igreja Católica tinha hegemonia, mas também teve espaço fora do mundo cristão, em especial no mundo árabe e judeu.
As principais questões tratadas nesse período estão relacionadas à discussão sobre a relação entre fé e razão, ou seja, a tentativa de separar o que pertenceria a Deus (teologia) e o que pertenceria aos homens.
Os principais filósofos da época são Agostinho, estudioso de Platão e responsável por difundir o pensamento desse filósofo na Idade Média; Tomás de Aquino, grande estudioso de Aristóteles, assim como Duns Scott e Guilherme de Ockham.
Filosofia Moderna
Iniciada no século XIV, a Filosofia Moderna se estende até o final do século XVIII. (É comum encontrarmos subdivisões desse período - Renascimento ( século XIV- XVI); Filosofia Moderna (século XVI até primeira metade do XVIII) e Iluminismo (segunda metade século XVIII)).
Nessa época, a Europa foi palco do desenvolvimento do capitalismo, da formação dos Estados nacionais, das grandes navegações e dos processos de colonização e formação dos impérios. A Igreja Católica perdeu hegemonia para o protestantismo e para as ideias que incentivaram a liberdade do homem em relação à religião. Tendo destaque, no campo da filosofia, as discussões acerca da racionalidade e liberdade do homem, as mudanças na política e a esperança nas ciências empíricas. Esse período assistiu grande avanço das ciências da natureza, principalmente da física, sendo muitas vezes apontado como o período de nascimento da ciência moderna.
Os principais nomes desse período são: no campo da política: o italiano Nicolau Maquiavel, o inglês Thomas Morus e o francês Michel de Montaigne; no campo da ciência, destancam-se: René Descartes, Baruch Spinoza e Leibniz (racionalistas) e Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Locke, George Berkeley e David Hume (empiristas). Além desses, destacam-se também os chamados Iluministas, Jean-Jacques Rousseau, Immanuel Kant e Voltaire.
Filosofia Contemporânea
A Filosofia Contemporânea estende-se do século XIX até os nossos dias. Em termos gerais, podemos apontar a Revolução Francesa e a Revolução Industrial como inspiradoras das principais questões tratadas pelas diversas correntes filosóficas desse período. Esse período é marcado pelo progresso técnico e científico é também caracterizado por desigualdades e pela crescente desumanização, principalmente pela exploração do trabalho humano. Tal contradição está na origem das principais questões filosóficas dessa época, representadas pelo pessimismo de Schopenhauer e Nietzsche; pela crítica da escola de Frankfurt à tradição racionalista moderna; pelo existencialismo de Sartre. Também ganharam destaque no século XX questões relacionadas a linguagem, desenvolvidas por filósofos como Russel e Wittgenstein e Habermas.
Fontes Consultadas:
Marcondes, Danilo. Filosofia: o que é? para que serve?, Zahar, 2001.
Caderno do professor, Volume 1, 1ª série do EM, Secretaria de Educação São Paulo.
Cotrim, Gilberto e Fernandes, Mirna. Fundamentos de Filosofia, Saraiva, 2010.
Dicas de sites para mais informações:
Uma breve história da Filosofia
História da Filosofia
segunda-feira, 9 de maio de 2016
quarta-feira, 4 de maio de 2016
HORA DO ENEM
Os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) contam agora com uma ferramenta inédita e gratuita de preparação para as provas do exame: a Plataforma Hora do Enem. A iniciativa reúne na internet um conjunto de ações, como simulados e vídeoaulas, para auxiliar na preparação dos estudantes.
Ao usar um computador, tablet ou celular para acessar a plataforma, o estudante marca o curso em que quer passar e quanto tempo tem para estudar por dia para o Enem. A partir desse diagnóstico, a plataforma oferece um plano de estudo com pontos fortes e fracos na medida do participante, com exercícios, resumos e videoaulas direcionados. Hora do Enem é uma parceria entre o Ministério da Educação e o Serviço Social da Indústria (SESI), além da TV Escola, canal público do MEC.
Simulado
O primeiro simulado on-line será realizado já no próximo dia 30 para os 2,2 milhões de estudantes do último ano do ensino médio das redes pública e particular. Caso o estudante não tenha condições de realizar o simulado em computador próprio, o Ministério da Educação oferecerá 120 mil acessos por meio de universidades e institutos federais, instituições particulares e comunitárias e escolas estaduais de ensino médio. Esses estudantes precisam fazer inscrição para os locais de prova de 11 a 15 de abril, por meio da plataforma Hora do Enem.
Ainda estão previstos mais três simulados: dias 25 de junho, 13 de agosto e 8 e 9 de outubro. Os simulados seguirão o mesmo formato das questões do Enem. Com isso, as avaliações serão capazes de estimar uma nota no Enem, com o objetivo de preparar os estudantes para as provas.
MECFlix
Com apenas alguns cliques, o estudante tem à sua disposição vídeos de conteúdos para treino conforme suas necessidades, o MECFlix. O ambiente interativo tem estreia prevista para 30 de abril e traz ainda notícias atualizadas sobre o Enem, um programa diário produzido pela TV Escola e também com acesso gratuito a uma plataforma de estudo personalizado de preparação para o Enem.
Programa
Com estreia prevista para maio, o novo programa da grade da TV Escola, Hora do Enem, ajudará na preparação dos estudantes interessados em fazer o Enem este ano com dicas de especialistas, vídeo resoluções realizados por parceiros do setor educacional, comentários de professores experientes e muito mais.
Com duração de meia hora, o Hora do Enem será exibido todos os dias às 18h, com reprises às 7h, 13h e no fim de semana. Mais de 40 canais de todo o Brasil, entre TVs universitárias e canais estaduais, vão reproduzir o programa em suas grades.
Plataforma
A plataforma Hora do Enem é um aplicativo disponível para web e android que reúne centenas de videoaulas e milhares de exercícios abrangendo toda a matriz de conteúdo do Enem. Permitirá um diagnóstico individual e um plano de estudos personalizado para cada estudante, com base no curso desejado e nas necessidades específicas. O aplicativo ainda permitirá que os gestores das redes públicas e o Ministério da Educação acompanhem o progresso dos alunos até a realização do Enem. Os dados poderão ser utilizados para aprimorar o ensino e direcionar medidas de melhoria na educação pública.
Acesse a plataforma
Fonte: INEP
quinta-feira, 21 de abril de 2016
Isenção da Taxa de Inscrição do Vestibular Unicamp 2017
Pedidos de isenção da Taxa de Inscrição do Vestibular Unicamp 2017 podem ser feitos até dia 23 de maio
Este ano, continuam valendo as duas mudanças promovidas no ano passado. A primeira delas é que para candidatos às licenciaturas em período noturno (modalidade 3) não há mais a exigência de haver cursado escola pública, ou seja, candidatos oriundos de escolas particulares também poderão pedir a isenção da taxa de inscrição. A outra mudança diz respeito aos candidatos das demais modalidades, em que não é mais exigido ter cursado o ensino fundamental II na rede pública, mas somente o ensino médio, integralmente.
As isenções da taxa de inscrição do Vestibular Unicamp são oferecidas em três modalidades: 1- para candidatos provenientes de famílias de baixa renda (renda líquida máxima de R$1.100,00 por morador do domicílio); 2- funcionários da Unicamp/Funcamp; e 3- para aqueles que se candidatarem aos cursos de Licenciatura em período noturno (Ciências Biológicas, Física, Letras, Licenciatura Integrada Química/Física, Matemática e Pedagogia).
Os pré-requisitos são: ter cursado o ensino médio integralmente em instituições da rede pública de educação (não se aplica à modalidade 3); ser residente e domiciliado no Estado de São Paulo e já ter concluído ou concluir em 2016 o ensino médio. A Comvest oferece 6.640 isenções na modalidade 1; 100 na modalidade 2 e um número ilimitado de isenções namodalidade 3.
A lista dos estudantes contemplados com a isenção será divulgada dia 29 de julho. Também a partir desta data, os contemplados começam a receber – exclusivamente via correio eletrônico – um comunicado de que foram beneficiados. Importante: Os contemplados não são automaticamente inscritos no Vestibular Unicamp 2017. É preciso, posteriormente, fazer a inscrição no vestibular, utilizando o código de isento fornecido pela Comvest. Para efetuar sua inscrição no Vestibular Unicamp, os candidatos isentos deverão utilizar um formulário específico.
O calendário completo com as datas de inscrição e provas do Vestibular Unicamp 2017 será divulgado no início de maio, nesta página.
Isenções no ano passado
No Vestibular Unicamp 2016, 5.995 candidatos que pediram a Isenção e preencheram os requisitos necessários para receber o benefício foram isentos de pagar a taxa de inscrição. A Comvest recebeu 7.298 pedidos. O Programa de Isenção do Vestibular Unicamp é parte do Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS), que prevê que estudantes que tenham cursado todo o ensino médio na rede pública de ensino brasileira recebam pontos a mais nas notas obtidas no Vestibular Unicamp.
Fonte: Comvest
quarta-feira, 20 de abril de 2016
ENEM 2016
INSCRIÇÃO
Fique atento ao período de inscrições. Você pode se inscrever no Enem 2016, exclusivamente pela internet, das 10h do dia 9 de maio de 2016 às 23h59 do dia 20 de maio de 2016.
Mantenha seus dados de contato (email e telefone) atualizados. O Inep poderá enviar informações importantes sobre o exame. As comunicações são feitas pelos contatos informados na inscrição.
Qualquer alteração nos dados cadastrais, opção de cidade de provas ou de língua estrangeira serão permitidas apenas durante o período de inscrição.
Se você precisar de atendimento especializado e/ou específico, nos dias de realização do exame, lembre-se de fazer a solicitação no ato da inscrição.
IMPORTANTE
Os participantes que necessitarem de atendimento especializado para autismo, dislexia, déficit de atenção, discalculia, deficiência intelectual ou outro atendimento deverão enviar documento comprobatório, no qual conste o CID-Cadastro Internacional de Doenças, por meio da Página do Participante, de 1º a 8 de junho de 2016.
Nome Social
Travestis e transexuais que pretendem ser identificados pelo nome social devem fazer a inscrição normalmente, no período estabelecido no edital, de 9 a 20 de maio. Entretanto, para usar o nome social, precisam encaminhar cópia de documento de identificação, foto recente e formulário disponível on-line, preenchido, entre os dias 1º e 8 de junho próximo, pelo sistema, na Página do Participante.
Mais informações disponíveis aqui.
sábado, 9 de abril de 2016
Sobre "A sociedade órfã" de José Renato Nalini ou Quando os direitos dos outros são expressões de vontades mimadas
senhor José Renato Nalini, ex-desembargador, ex-corregedor-geral da Justiça do Estado de São Paulo e atual Secretário da Educação do governo Geraldo Alckmin, prestou um grande serviço a nós, professores da rede estadual de educação, e a sociedade em geral ao declarar no site da própria Secretaria qual é a verdadeira concepção que o PSDB tem de Estado e, consequentemente, qual o lugar da Educação dentro dessa visão:
"Afinal, Estado é instrumento de coordenação do convívio, assegurador das condições essenciais a que indivíduos e grupos intermediários possam atender à sua vocação. Muito ajuda o Estado que não atrapalha. Que permite o desenvolvimento pleno da iniciativa privada. Apenas controlando excessos, garantindo igualdade de oportunidades e só respondendo por missões elementares e básicas. Segurança e Justiça, como emblemáticas. Tudo o mais, deveria ser providenciado pelos particulares." José Renato Nalini
Diante do alvoroço causado na internet pelo texto do ilustríssimo senhor (o texto na íntegra aqui), ele nos brindou com uma pérola:
"Nalini afirmou ter mencionado apenas Segurança e Justiça por entender que sua promoção deve ser exclusivamente uma atribuição do Estado. "Citei as duas como emblemáticas porque são as duas nas quais o Estado não pode se ausentar. Porque nelas a família não pode ajudar, não pode fazer justiça com as mãos. Já educação é obrigação de todos." O secretário disse que com o artigo queria chamar a atenção para as responsabilidades da família. "A maioria do processo de educação fica a cargo do Estado. A família negligenciou o currículo culto, aquilo que as mães deveriam ensinar para as crianças." no site uol.
Que Nalini queira chamar a atenção para as responsabilidades da família no processo de educação das crianças e jovens, é uma atitude louvável. No entanto, expressar-se de maneira tão ultrapassada responsabilizando apenas as mães por esse processo chega a ser inaceitável. Além de machista, o senhor Nalini parece ignorar o fato de que temos outros arranjos familiares em nossa sociedade e que merecem a mesma consideração que qualquer família.
O senhor José Renato Nalini inicia e finaliza seu texto exaltando a importância de se recuperar "valores esgarçados" como a família e a Igreja para que possamos ter um país melhor. Que o cidadão José Renato tenha crenças e as defenda, isso é um direito. Mas que, enquanto Secretario da Educação, usando um site oficial, portanto como representante do Estado, que deve ser Laico, ele faça uma defesa da Igreja como um caminho para resolver nossos problemas de ordem social e políticos, só pode ser má-fé ou ignorância. As afirmações do senhor Nalini nos fazem pensar que talvez ele represente os pensamentos mais atrasados de uma tradição que, felizmente, vem sendo questionada até mesmo pelo representante máximo da Igreja Católica.
No entanto, voltemos ao ponto central: a defesa de privatização de serviços básicos como saúde e educação. O secretário nesse momento representa uma contradição em ato, pois, na condição de secretário da educação, ele ocupa esse cargo com o propósito de destruir o principal objeto que justifica sua existência hoje, a saber, a educação pública. Isso é o que podemos chamar de um atentado terrorista, ou seja, Alckmin chamou um secretário-bomba para implodir de vez com a Educação Pública do Estado de São Paulo.
É curioso ler no texto de Nalini que "a população se acostumou a reivindicar", e que "tudo aquilo que antigamente era fruto do trabalho, do esforço, do sacrifício e do empenho, passou à categoria de “direito”. Afinal, Nalini parece querer dizer que a reivindicação de direitos como saúde, educação, entre outros, é um abuso por parte da população mal acostumada. Mas o que dizer de um Juiz, reivindicando auxílio-moradia do Estado?
Pedir que a população, essa mesma que ele acusa de ser mal acostumada por querer saúde e educação pública, compreenda que um juiz tem que ganhar bem, e isso significa ganhar bem para comprar seus ternos em Miami, é no mínimo falta de caráter. A falta de pudor do senhor Nalini em dizer o que disse no vídeo acima, nos faz duvidar de que ele estivesse falando sério. Gostaríamos que ele estivesse sendo irônico, porque custa, pelo menos a mim, acreditar em tamanha desfaçatez. Mas seguindo o raciocínio desse senhor, segundo o qual apenas segurança e justiça deveriam ser de competência do Estado, quanto não ganharia um juiz? Hoje o salário começa na casa dos 30 mil. Fica fácil defender que tudo o mais seja privatizado com esse salário, não fica? E que justiça é essa que faz valer a pena pagar bem a um juiz que fala contra os direitos da população?
Não fosse vivermos em tempos tão confusos e absurdos e eu arriscaria dizer que esse senhor não deve estar gozando de sua plena sanidade mental ou não tem senso de ridículo. Suas declarações soam tão estapafúrdias que seriam risíveis não fosse ele hoje um dos representantes de um projeto político que vem se perpetuando no Estado de São Paulo há mais de duas décadas, mas que nunca foi tão escancarado como ora se nos apresenta, graças mesmo às declarações do ilustríssimo secretário da educação.
terça-feira, 22 de março de 2016
Dica de leitura
Diante dos acontecimentos mais recentes no cenário político nacional, deixo abaixo alguns links com sugestões de leituras.
Os textos indicados podem nos ajudar a refletir melhor sobre a polarização política patrocinada pela grande mídia e suas consequências a curto e médio prazo.
boa leitura.
Eliane Brum (El pais) - Na política, mesmos os crentes precisam ser ateus
José Roberto de Toledo (Estadão) - Cunha, Temer e Gilmar
Claudio Fonteles (Blog do Claudio Fonteles) - A constituição e o ministério público: reflexões necessárias
Matheus Pichonelli (Carta Capital) - "Tire suas próprias conclusões"
Vladimir Safatle (Folha de São Paulo) - Da arte de sujar o que se lava a jato
Os textos indicados podem nos ajudar a refletir melhor sobre a polarização política patrocinada pela grande mídia e suas consequências a curto e médio prazo.
boa leitura.
Eliane Brum (El pais) - Na política, mesmos os crentes precisam ser ateus
José Roberto de Toledo (Estadão) - Cunha, Temer e Gilmar
Claudio Fonteles (Blog do Claudio Fonteles) - A constituição e o ministério público: reflexões necessárias
Matheus Pichonelli (Carta Capital) - "Tire suas próprias conclusões"
Vladimir Safatle (Folha de São Paulo) - Da arte de sujar o que se lava a jato
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
Reorganização sem alarde
O ano letivo nem começou e o governo Geraldo Alckmin já está trabalhando a todo vapor para tornar aquela proposta de reestruturação escolar que levou vários alunos a ocuparem as escolas no final do ano passado em fato consumado.
A proposta anunciada de maneira desastrada no segundo semestre de 2015 e que culminou com a saída do ex-secretário da educação, Herman Voorwald, está de volta, só que de maneira discreta, na forma de resoluções independentes que permitem a superlotação de sala (Resolução SE 02, de 08/01/2016), o que resultou no fechamento de várias salas, ou que sucateiam ainda mais as escolas ao reduzir a quantidade de professores coordenadores por unidade escolar (Resolução SE 12, de 29/01/2016). Além disso, sob orientação de Diretorias de Ensino, tem escola se recusando a aceitar matrículas de alunos que não moram próximos à unidade escolar para depois alegar falta de demanda e então fechar salas.
Quando se trata de piorar a qualidade da educação pública, o governo do estado de São Paulo mostra que é especialista no assunto. Com redução de salas, houve, consequentemente, redução de aulas e muitos professores agora na atribuição terão que compor suas jornadas em mais unidades escolares, no fim das contas atuando em três ou quatro escolas diferentes, dependendo do caso.
Mas isso não é nada diante das consequências da Resolução SE 12, publicada no sábado, 30/01/2016. Ao mudar os critérios e estabelecer a diminuição do número de professores coordenadores nas unidades escolares, a secretaria coloca muitos professores em situação de dificuldade financeira. A Secretaria parece se esquecer que os professores têm família e contas a honrar. Parece se esquecer que as pessoas se planejam, fazem escolhas ao assumir um cargo. E nessa altura do campeonato, as escolas particulares já estão iniciando suas aulas, quem poderia ter pegado mais aulas ou mesmo corrido atrás de outros empregos já perdeu a vez. A falta de respeito desse governo com os professores parece não ter limites. Nesse sentido, infelizmente ainda podemos esperar coisas piores, como por exemplo, mais um ano seguido sem reajuste salarial. Sem reposição de inflação e com diminuição do número de aulas, muitos professores devem estar arrancando os cabelos diante das contas a pagar. Para piorar a situação, aqueles professores que dependem do IAMSP, devem rezar para não ficar doentes, pois os especialistas e as clínicas conveniadas com tal plano de saúde estão desaparecendo dia após dia.
Não vejo outra possibilidade de barrarmos todas essas palhaçadas a não ser a conscientização de alunos e pais e, desse modo, da sociedade, sobre a situação preocupante da educação pública nesse estado. Salas de aula com 44 alunos não me parece refletir o compromisso com a educação de qualidade que a Secretaria de Educação costuma alegar em seus discursos. Um passo importantíssimo em direção a uma educação de qualidade seria a redução do número de alunos por sala. As condições demográficas do estado nesse momento favorecem essa medida, pois como alega a Secretaria de Educação, houve nos últimos anos redução de natalidade, no entanto, a opção do governo de Geraldo Alckmin é fechar salas e permanecer com salas lotadas.
Enquanto a Educação for vista como gasto e não como investimento, nós continuaremos sendo vítimas de políticas públicas que, ao primeiro sinal de crise, cortam gastos na Educação para garantir o investimento na construção de rodovias. Essa inversão de valores precisa ser combatida. Investir em Educação é investir no futuro, é investir em qualidade de vida. Todos juntos, professores, alunos, pais e sociedade em geral, temos o dever de cobrar ações em prol de uma educação pública de qualidade.
Francine Ribeiro
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